Foi anunciada na terça-feira, (29/03), a decisão do PMDB de retirar seu apoio à presidente Dilma Rousseff. Quem anunciou o rompimento foi o senador Romero Jucá (RR), vice-presidente do partido, na ausência do presidente, Michel Temer. A determinação envolvia a entrega de cargos dos ministros, mas seis ministros peemidebistas já declararam que vão continuar a exercer suas funções. Um detalhe que não é mera coincidência: em caso de impeachment, o PMDB tem três candidatos ao governo, Renan Calheiros, presidente do Senado, Eduardo Cunha, presidente da Câmara e Michel Temer, vice.
2016 já começou com fortes emoções na política. A nomeação de Lula como
ministro, o impedimento de exercer o cargo, o vazamento de telefonemas e
manifestações mexeram com
políticos, com a imprensa e com a opinião pública. Jornalistas e leigos
acompanhavam com interesse cada atualização de manchetes, como que esperando
pelo próximo episódio de um seriado. Pipoca na mão: era hora de assistir ao
noticiário.
No meio da confusão política, o público quer mostrar sua opinião: aplaudem a
“prisão” de Lula, pedem impeachment, chegam a pedir a volta da ditadura (!).
Não faltam ‘textões’ e memes nas redes sociais. Mas enquanto o público vocifera
a crucifixão do PT apaixonadamente, defendendo seus ‘personagens’ favoritos e
condenando os ‘vilões’ – acreditando que, na verdade, lutam por seus direitos –
quem está no poder age fria e calculadamente em prol do direito. De continuar
no poder.
A manobra que vemos surpreender eleitores e quem sabe a própria presidente nada
mais é que a explicitação do que acontece ano após ano na política brasileira.
Enquanto se escondem atrás de propostas “em favor do povo”, partidos buscam
nada mais que votos para estabelecerem ou manterem seu poder. Enquanto o
eleitor continuar pensando apenas em suas necessidades atuais e esquecer-se de
olhar para a história do país, é assim que nossos “representantes” vão
continuar a guiar a nação.
O circo precisa de plateia
Reviewed by Aline ;)
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07:09
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